domingo, 21 de agosto de 2011

Dias a ca estou de volta

Eu sou tantas quantas já pude ser, tantas quantas ainda serei, quantas abrigo hoje, agora. Em cada uma delas, traços do que vivi, do que vi, de tudo quanto senti. De cada uma das que abandono, restam vestígios, dores, sorrisos, sombras. E acho que todos somos assim, soma e subtração de elementos presentes e passados. E tenho, por vezes, a vontade de me encontrar, caso tamanho delírio fosse possível, aos oito anos, aos 16, aos 23. Me ver, desde o ponto de vista que tenho hoje, e me perguntar: o que pensa, o que sente, o que planeja? Eu sei exatamente quem fui, e por ser, em tantos aspectos, tão diferente do que pensaria ter sido, gostaria de encontrar o menino, o adolescente, o jovem adulto e questioná-los. Diria que muitos dos seus passos foram acertados, que muitas das coisas que temia sequer aconteceram, que muitos erros poderiam ter sido evitados. Queria poder me ver, me observar. E tenho, ainda hoje, muito do que fui desde o começo, mas tanta coisa é diferente. Aos 16 anos, nem sonharia estar onde estou, fazendo o que faço. Será que se me perguntasse, naquela época, se gostaria de ter uma vida como a que tenho hoje, qual seria a resposta? Brincar de passado e futuro. Subterfúgios de quem tem um presente extremamente movimentado e desvia o pensamento, pelo menos um pouco, para tentar se distrair. Um fraterno abraço a todos os irmãos que por aqui passam
Rodrigo Farias